sábado, 22 de dezembro de 2012

“Ser o que se é, falar o que se crê, crer no que se prega, viver o que se proclama até as últimas consequências”. Dom Pedro Casaldáliga. Tomei conhecimento desta frase de Dom Pedro, grande profeta e místico dos nossos tempos, pela ocasião da celebração dos 30 anos da Pastoral da Juventude/SC, em Ouro, nos dia 15 a 18 de novembro, quando acompanhei um grupo de jovens, representando as paróquias de nossa Diocese de Criciúma. A partir de então fiquei imaginando na associação da mesma com o SAV. À princípio parece não ter nada a ver. Mas, convido vocês a acompanhar minha reflexão que põe em relevo alguns aspectos importantes que a mesma suscita e que podem trazer um pouco de luz ao momento presente, SEDENTO DE FÉ, GRÁVIDO DE ESPERANÇA E DE AMOR. 1. SER O QUE SE É: o conhecimento do que se é, a auto estima sadia como conseqüência da experiência do amor de Deus, do bom relacionamento fraterno, do gosto pela missão, sentindo-se útil na construção do Reino, parte integrante da comunidade, da Igreja, do povo de Deus, imprime uma identidade que vai sendo sempre mais assumida e amada e porque amada e assumida, é capaz de cativar, de animar, de despertar outros (as) para fazerem a mesma experiência. Ser o que se é no SAV é amar e assumir prá valer nossa identidade de religiosas consagradas, amadas por Deus e acolhidas pelo povo da aliança, quando este é testemunha ocular do vigor de nossa consagração, de nossa fraternidade e missão inserida e inculturada no mundo dos pobres, vivendo a profecia e a loucura do Reino. 2. FALAR O QUE SE CRÊ: qual é o conteúdo do nosso discurso? Quanto tempo gastamos com aquilo que imprime significado e relevância à nossa vida consagrada? Falamos do que cremos? Como falamos? Podemos abordar aqui, não somente a motivação, a inspiração, a paixão por Jesus e seu Reino que nos leva a gritar pelos quatro ventos seu projeto, sua proposta de vida, mas também aos métodos e meios que utilizamos para conquistar e tornar mais atraente nossa fala. Talvez aqui, precisamos estar mais atentas a esses dois pontos: cultivar nossa consagração alimentando-nos com aquilo que sustenta nossa vida religiosa e que muitas vezes vamos deixando de lado. Podemos considerar aqui, de modo especial a Leitura orante da Bíblia, individual, comunitária e intercongregacional, abrindo espaço para a participação de pequenos grupos, com um olhar especial à juventude. A Igreja espera muito de nós, neste sentido. Temos tudo nas mãos para fomentar a Leitura Orante nos espaços onde atuamos, principalmente envolvendo mais a juventude neste projeto e atualizarmo-nos para uma melhor utilização e apropriação das ferramentas atuais que são as novas mídias, sem descuidar do uso da palavra bem dita e bem articulada. 3. CRER NO QUE SE PREGA: esse aspecto é fundamental. Quem nos ouve, assimila a mensagem de modo muito mais amplo que vai além da palavra ouvida. Quem ouve, acolhe a mensagem pelo modo como ela é transmitida e sentida pela pessoa que a pronuncia. Assim, se falamos daquilo que acreditamos, expressamos em todo nosso ser essa dinamicidade, vigor, energia, convicção. Não somente falamos o que os outros já disseram, mas, partilhamos uma experiência de vida, não contamos uma história, mas somos a história e isso faz muita diferença para quem nos ouve. Crer no que se prega e pregar aquilo que se acredita são dois lados da mesma moeda. É preciso primeiramente CRER para depois PREGAR, ANUNCIAR. Será que nós pregamos e anunciamos prá valer aquilo que acreditamos, o ideal que abraçamos, a pessoa de Jesus e o seu Reino? 4. VIVER O QUE SE PROCLAMA ATÉ AS ÚLTIMAS CONSEQÜÊNCIAS: chegamos por fim à radicalidade do seguimento de Jesus com suas exigências, conseqüências, profecia, martírio. Abraçar a missão e os destinatários da missão, sem olhar para trás. Ter Jesus Cristo à frente, como guia, mestre, referencial. Anunciar o Reino de Deus, infundindo esperança, mas também denunciar as injustiças, provocando a chegada da civilização do amor, da partilha, da fraternidade. Pensar o Serviço de Animação Vocacional a partir de um itinerário pedagógico remete-nos ao aprofundamento desta frase profética de Dom Pedro Casaldáliga. Deixemos que esta palavra nos questione, interpele, provoque e converta. Ir. Janaina Clara Nazario

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